domingo, 9 de setembro de 2012

Trecho de Hoje # 03

Edição que possuo é esta... Linda!
Um trecho do livro "A Insustentável Leveza do Ser" de Milan Kundera. É difícil para mim escolher um único trecho deste livro porque ele me marcou profundamente. Então, ao longo da existência do blog, postarei aqui e acolá, um novo trecho de equivalente importância. Espero que apreciem tanto quanto eu. Ah, a minha edição é esta ao lado... linda!  
A luz e a escuridão
Para Sabina, viver significa ver. A visão é limitada por uma dupla fronteira: a luz intensa que cega e a escuridão total. Talvez seja daí, que vem toda a sua repugnância por todo extremismo. Os extremos delimitam a fronteira para além da qual a vida termina, e a paixão pelo extremismo, em arte como em política, é um desejo de morte disfarçado.
MILAN KUNDERA
Para Franz, a palavra luz não evocava a imagem de uma paisagem suavemente iluminada pelo sol, mas sim a fonte da própria luz: o sol, uma lâmpada, um projetor. Lembra-se das metáforas usuais: o sol da verdade; o brilho ofuscante da razão etc. etc.
Da mesma maneira que é atraído pela luz, é atraído pela escuridão. Atualmente, apagar a luz para fazer amor é tido como ridículo; ele sabe disso, e deixa uma pequena luz acesa em cima da cama. No entanto, no momento de penetrar Sabina, fecha os olhos. A volúpia que o invade exige escuridão. Essa escuridão é pura, absoluta, sem imagens nem visões, essa escuridão não tem fim nem fronteiras, essa escuridão é o infinito que cada um de nós traz em si. (Sim, se alguém procura o infinito, basta fechar os olhos!).
(Página 100 - Parte Terceira - A luz e a escuridão - Livro: A Insustentável Leveza do ser - Milan Kundera)

Fala aí, o cara arrasa ou não? Eu sou completamente apaixonada!*-* 

Beijo 

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