David Nicholls "Nas manhãs de domingo ela recosta sozinha na Tahiti como se fosse uma balsa, ouvindo a ópera Porgy and Bess e a banda Mazzy Star, o velho Tom Waits e um estranho disco de vinil arranhado com as suites para violoncelo de Bach. Toma litros de café e escreve pequenos comentários e ideias para contos com sua melhor caneta-tinteiro em páginas brancas de um luxuoso caderno de notas. Às vezes, quando as coisas não vão bem, Emma se pergunta se o que acredita ser um verdadeiro amor pela palavra escrita não seria apenas um fetiche por papelaria. Um verdadeiro escritor, um escritor nato, escreve palavras em sacos de papel, no verso de passagens de ônibus, na parede de uma cela. Emma não consegue se entender com nada que tenha menos de 120 gramas.Mas em outros momentos ela se sente bem e escreve durante horas, feliz e sozinha em seu apartamento de quarto e sala, como se as palavras estivessem o tempo todo ali. Não quer dizer que se sinta solitária, ao menos não com muita frequência. Emma sai quatro noites por semana, poderia sair até mais se quisesse.”
(pag. 117, do livro Um Dia, de David Nicholls - Editora Intrínseca - 2011)
Atenção! Resenha de Um Dia aqui no blog
toda vez que penso em Emma meus olhos se enchem de lágrimas e eu suspiro profundo e sentido...
ResponderExcluirA vida é uma grande "festa estranha", cheia de "gente esquisita"... Pode crê que o que aconteceu a eles é possível acontecer a qualquer um. Eles eram tão perfeitos juntos mas, por estranhezas inexplicáveis de comportamento, perderam de desfrutar plenamente de bons anos juntos... ninguém poderia imaginar que havia tão pouco tempo. Porém todos sabemos que a morte está a espreita, afinal de contas, já estamos vivos então o caminho é morrer mesmo... =\ NÃO DESPERDICE SUA VIDA!
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