sexta-feira, 8 de abril de 2016

Resenha: O Cão que Guarda as Estrelas - Takashi Murakami



Oi, Pessoas!!!

Bora falar de mangás? Hahaha... Tá estranhando, né? Pois é. Hoje falarei sobre meus dois primeiros mangás. Não é linnnnnndo? Então, eu acho que já comentei aqui no blog que vivo fugindo dos mangás. Nada contra, muito pelo contrário. É só pela certeza de que vou viciar e vício adquirido é vício que precisa ser suprido e minha grana não dá pra tudo que desejo... simples assim. rsrsrs 

O fato é que ganhei do Rafael dois mangás diiiiiiiiivos - O Cão que Guarda as Estrelas e O Outro Cão que Guarda as Estrelas, ambos do Takashi Murakami. Ai, gente... que amoooooor! São lindos, tristes, engraçados e reflexivos ao mesmo tempo. 

Bora lá, comentar... 

O Cão que Guarda as Estrelas - Takashi Murakami - Sinopse do livro aqui, no skoob.



Então, o mangá conta a história do Papai e seu cãozinho Happy sob a ótica do cão que teve sua narrativa humanizada. Happy foi adotado por uma família pequena composta de Pai, Mãe e filha. O cão foi um presente para a filha. Aparentemente é uma família tranquila e feliz mas logo percebemos que ali também existem os dramas comuns que afligem a maioria das famílias.

Happy nos conta que é a Mamãe quem lhe dá comida e banho mas é o Papai quem lhe leva para passear todos os dias. À filha, que se chama Miku, cabe a tarefa de brincar com Happy de vez em quando. 

O tempo passa e as coisas mudam. O Papai adoece, perde o emprego e sua relação com a Mamãe se deteriora dia a dia. Esse ponto me toca bastante porque é muito bom observar e analisar relações quando se está fora do conflito emocional que as envolve. Fica claro para quem lê que o Papai não é uma pessoa ruim, ele apenas é como é. 

O Papai é um cara trabalhador que executa suas atividades no trabalho, em casa ou nas relações afetivas, sem questionar mas também sem empolgação. Isto aos olhos de um desavisado, pode parecer que ele não se importa mas não é verdade. Talvez por criação, talvez pelo jeito de ser, não sei. O fato é que ele cumpre seus deveres para que a vida siga seu curso. Eu acredito que ele pensa que é assim que a vida deve ser. Não sei se consigo me fazer entender. 

Já a Mamãe, também faz a sua parte mas ela quer mais do Papai. Ela quer se sentir apoiada, amparada, importante para ele. A Mamãe está cansada de decidir tudo sozinha porque o Papai nunca manifesta a sua opinião e deixa tudo a cargo dela. Essa sensação de desamparo piora quando Miku, já adolescente, começa a criar problemas e agir de forma irresponsável. Sentindo-se preterida na vida do marido, ela começa a se afastar da relação e a dedicar mais tempo a si mesma. Primeiro arruma um trabalho de meio período e depois pede o divórcio.

O divórcio é uma parte muito interessante de acompanhar porque por mais incrível que pareça, o Papai realmente acha que é uma atitude repentina da Mamãe, que não havia um porquê daquilo estar acontecendo. E daí, nós caímos novamente naquele erro que é mortal para as relações - a falta de diálogo. Pois é, o Papai sempre que questionado pela Mamãe sobre qualquer coisa, dizia: "Faça o que quiser. Qualquer coisa, eu ajudo." Não é horrível? É. Mas a Mamãe nunca dizia para o Papai como se sentia a respeito disso e terminava resolvendo sozinha. Não somos todos assim? Não estamos sempre esperando que os outros tomem as atitudes que queremos e sempre supomos que eles sabem o que queremos? Não seria mais simples se estivéssemos sempre dispostos a dizer o que sentimos, ainda que nosso sentimento pareça óbvio? Por que precisamos estar sempre esperando do outro?

Após o divórcio, o Papai percebe que toda a sua vida cabe em umas poucas caixas que ele coloca no fundo da sua van. Sem dinheiro e tendo por companhia somente Happy, Papai decide partir rumo a sua cidade natal, ao Sul do país. 


A partir daí, começa a sua jornada. É uma história triste, sofrida mesmo. Mas, ao mesmo tempo, é uma lição sobre como se relacionar com as pessoas a sua volta e sobre como o amor de um animalzinho pode ter poder curativo. 

Sei que falei pouco sobre Happy mas o que mais poderia dizer? Happy foi um fofo durante toda a história. Um companheiro para todas as horas e o único que conseguia ver o Papai como ele de fato era. Talvez porque o próprio Papai assim o permitia. 

Enfim, recomendo muuuuito.  

3 comentários:

  1. Eu me lembro que numa de nossas conversas vc falou que gostava de histórias tristes, foi nesse momento que eu lembrei desses 2 mangás e decidi que iria manda-los pra vc! kkkk
    Na verdade antes disso eu pensava em mandar outro, mas esse é bem mais raro e eu ainda não encontrei pra comprar!

    Eu achei uma abordagem muito interessante essa de contar uma história dramática mostrada no ponto de vista de um cachorro.
    Ainda mais com uma história bem real sem vilões ou mocinhos, como vc disse os personagens são o que eles são.
    E o contraste do Happy vendo tudo com muita inocência é algo que me conquistou de cara.

    Enfim, eu fico feliz que tenha gostado e feito até uma resenha! Ainda não eram exatamente o mangá que eu queria mandar, mas esse eu ainda estou na busca! hahaha!

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    Respostas
    1. Ownnnnnn... feliz e curiosa para saber dessa outra raridade! hahaha
      É... eu e minas esquisitices de gostar de histórias tristes... vai entender, né? =D
      Obrigada, Rafa!

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    2. Não é esquisitice! Eu gosto tbem! :P

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