quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Resenha: The Walking Dead - A Queda do Governador Parte 02 - Robert Kirkman e Jay Bonansinga

A Queda do Governador - Parte Dois
A franquia de zumbis mais celebrada da década está de volta. O quarto e último livro promete contar em detalhes o destino deste que é o personagem mais controvertido em um mundo dominado por mortos-vivos. Com seu senso doentio e muito particular de justiça, ele convence a todos de Woodbury que a única forma de acabar com o mal é destruir todos os habitantes da prisão. (Skoob)





S P O I L E R
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S P O I L E R

Oi, Pessoas!!!

Então, eu já li e reli o livro três vezes para finalmente ter vontade de escrever a resenha. Sinceramente, não foi o que eu esperava. Não é um livro ruim de jeito nenhum mas não atingiu nem de longe as minhas expectativas. 
Esta resenha terá um formato totalmente diferente das anteriores... vou comentar ponto a ponto, comparando com a HQ e a Série de Tv. 

Vamos lá!

1. Do que se trata... 
Primeiro eu vou falar sobre o que mais me incomodou. Para vocês, de cara, entenderem do que estou falando, o título está errado. Ao invés de se chamar "A Queda do Governador", deveria ser "A Ascensão de Lilly Caul"... Tá bom pra vocês? Deu para sacar? 

Então, o livro se trata da famosa investida do Governador - Philip Blake, contra o grupo de Rick Grimes, estabelecido na prisão. E o foco e a óptica do ocorrido deveria ser do Governador mas não é isso o que acontece... Desde o primeiro instante, tudo se trata de Lilly. Lilly isso, Lilly aquilo... Uma chateação. Novamente, vemos uma oportunidade maravilhosa de explorar a personalidade do Governador e seus pensamentos, sendo deixada de lado. Tudo o que vemos o Governador fazer, apenas o vemos fazer. Ou seja, não existe aquele maravilhoso pensamento explicando o que ele pensava sobre aquilo ou o que o levou a fazer aquilo ou se ele temia fazer aquilo ou se pensava sobre as consequências. NADA. Aqui e acolá, vimos alguns personagens mencionar o que eles achavam que o Philip estava pensando...  (geralmente Lilly, Bob ou Gabe).

2. Com relação ao Governador... 
Foi mais do mesmo... meio louco, meio estrategista... O mesmo cara da HQ e da série de tv... Indecifrável! Sabemos que nos livros ele é na verdade Brian e que ele assumiu a identidade do seu irmão Philip. Na série de tv, ele é Philip mesmo que depois de destruir a prisão, assume o nome de Brian Heriot (nome que ele viu em um muro). 
O livro começa com ele sendo encontrado por seus capangas, logo após a merecida sessão de tortura que sofreu nas mãos da Michonne... Se recupera sob os cuidados de Bob e parte para elaborar o ataque à prisão. Já durante o ataque a única diferença é que são feitas várias investidas e recuadas... Isto não acontece nem na hq, nem na série de tv.  

O Governador tortura e mata Tyreese... aqui mais uma diferença, é o Ty quem tem a cabeça decepada pelo Philip... e, pelo visto, ele fica com a Katana mesmo após ser morto. Não entendi isso, mas enfim... não sei se eles têm a intenção de abordar a visão do grupo de Rick nos próximos livros...  

O Governador mata o Hershel com um tiro na cabeça... logo após derrubar as cercas e enquanto ele chorava a morte do filho que havia sido atingindo durante a invasão. Na Hq, eles ainda estavam vivos no momento da invasão... na série, Hershel tinha um único filho homem que já havia falecido... 

O Governador faz com que o Gabe jogue o carro no trailer e derrube a Andrea... não deu pra saber se ela morreu ou não... na hq ela não morre, existe até hoje e na série, ela chegou a ter um affair com ele... =P

O Governador matou a Alice... Lembram dela? A ajudante do Dr. Stevens... os dois fugiram com Rick e Michonne, infelizmente o doutor foi logo mordido mas ela chegou a ir para a prisão... 

O Governador pressiona para que a Lilly atire sobre a família de Rick que está em fuga da prisão... e ela atira na Lori, matando ela e o bebê que ela carregava no colo... Lá se foi a Judith... =\

O Governador foi morto pela Lilly na mais absoluta demonstração de incoerência que eu já vi em uma personagem. Sem graça, sem graça e sem graça... Não foi o Rick, não foi a Michonne... foi a incoerente e inconsistente personagem Lilly... 

3. Sobre a Lilly...
A personagem é estranha... venho dizendo isso desde sua aparição no volume dois, dessa coletânea de 4 livros. Que fique claro... toda a narrativa da história é sob o ponto de vista dela...  O livro começa com uma Lilly grávida, levando adiante a relação que começou ainda no livro três com Austin. Quando ela descobre do acontecido com o Governador, toma as rédeas da situação e passa a administrar Woodbury até que Philip se recupere. Recuperado, o Governador pede que ela vá, em busca de Martinez que já deveria ter retornado de sua missão... A saída é praticamente suicida com hordas de zumbis por todos os lados... A tensão é imensa e eles descobrem que Martinez está morto e transformado... (fiquei triste... não lembrava da morte do Martinez e fiquei com tanta raiva do livro três que não quis reler para ver sua morte... na minha resenha não tem porque não costumo dar spoilers... então, vou precisar de vc Gabe  hahaha ) 

Ela viu o maluco do Gabe, se infiltrar no meio da horda em busca de conseguir a cabeça do Martinez para levar ao Governador... Isso não é loucura? Não é mais loucura ainda que alguém queira a cabeça de uma pessoa? ... e mesmo assim, ainda estava do lado do Governador. 

Viu o Governador mentir para a população de Woodbury sobre a morte do Martinez e sobre a cabeça... mesmo assim, estava do lado do Governador... 

Ela viu uma infinidade de atrocidades cometidas pelo Philip... sabe como ele é ardiloso e molda a história até que fique do seu jeito mas mesmo assim... ela se manteve do lado dele... 

Ela perde o bebê por conta de tantos perrengues que teve de enfrentar, satisfazendo as vontades do Governador... mesmo assim, ela se manteve do lado dele. Pior que isso culpou o grupo de Rick por sua perda... FALA SÉRIO!!! Ridículo!!! 

Enquanto eles atacam a prisão... ela vê e narra todo tipo de loucura do Governador, vê que ele é ruim e está agindo sem pensar no pessoal de Woodbury, vê que Austin está em perigo, vê ele matar toda aquela gente e ainda assim acata as ordens dele de atirar na família de Rick e quando vê Lori caída com o bebê, DE REPENTE ela notou que ele é mau? ... vai lá e atira nele?????? FALA SÉRIO!!! Morte bem sem graça... Motivação idem... 


O D I E I, sinceramente!!!

Acredita que depois da morte do Governador ainda tivemos mais 6 capítulos? Não entendi... não era sobre a Queda do Governador??? Aff... fala sério! Foram seis longos capítulos falando sobre ela assumir a administração de Woodbury. Outra coisa, sei que as pessoas precisam seguir mas ela nem chorou pelo pobre Austin, voluntariamente sacrificado para que eles saíssem da prisão... Só lamento saber que terei que ver esse personagem inconsistente em mais outras histórias. 

4. Pontos Positivos... Sou justa, então, preciso falar que o livro não é ruim. Para quem não sabe nada sobre The Walking Dead, não é fã e não ama as Hqs e a série de tv, vai achar um bom livro. As passagens descritivas são maravilhosas. Muito bem escritas mesmo. A única ressalva que faço é que tivemos muuuuuuuuuuuuuuuuuuitas dessas cenas, não precisávamos de tantas. Adorei algumas dessas descrições e marquei todas elas no livro... colocarei aqui assim que possível e para ilustrar a resenha selecionei o trecho que narra o encontro com o zumbi Martinez. De longe o melhor personagem dos livros sobre A Queda do Governador. 
"Pelo borrão trêmulo do campo de visão estreito do binóculo, ela vê a bandana, a marca registrada, ainda amarrada na cabeça do homem alto, as costeletas aparecendo na lateral do rosto antes tão bonito e que agora se resume a um pesadelo de pele macilenta, olhos cor de cádmio, boca enrugada e sem lábios." (página 83) 

Atenção!!!
Não deixem de conferir as resenhas anteriores... Tenho certeza que vão amar... Cliquem nos links abaixo...


3 comentários:

  1. Apesar de tudo, gostei do livro. Não como o primeiro, pq aquele sim foi o melhor da série de livros. Ele é religiosamente baseado na HQ, oq é compreensível já que segue a história dos quadrinhos. Como vc bem falou, durante os quatro livros temos dois extremos de personagens: um totalmente bem construído, icônico e cheio de camadas, como é o Governador, e uma ainda em construção, ainda que bem fraca, além de ser uma secundária com importância relativa, que é a Lilly Caul. Ainda achei um erro o Kirkman ter dividido esse último em duas partes, e penso que condensar os dois num livro só faria dele o melhor dos três. Mas já que isso não aconteceu... Adorei as descrições, é uma coisa que me atraiu desde o primeiro livro. A descrição da Prisão foi, pra mim, o ápice dessa narração. Me deu um arrepio e um dejavu incríveis. Agora, sobre como a Lilly conseguiu ficar ao lado do Governador apesar de tudo: vc não sabe do ditado "o pior cego é aquele que não quer ver"? Aconteceu muito isso durante a trajetória da Lilly, que passou de pior inimiga do Governador para a mulher de confiança do líder. Me coloquei no lugar dela e entendi o motivo disso. Ele fazia coisas terríveis e ela sabia disso, na verdade nunca negou tal fato. Ela apenas percebeu que essas coisas mantinham Woodbury funcionando, por mais que a curto/médio prazo. Ela se deixou levar pq queria segurança pra viver com Austin (que pra mim foi a surpresa do último livro) e o novo filho. E quando ela o perdeu, mesmo assim ficou do lado do Governador pq já estava no estágio avançado de "lavagem cerebral", oq só foi quebrado depois de ela matar a Lori e a Judith a mando do Governador, que mostrou a ela que as coisas que ele estava fazendo passaram dos limites insanos que ela mesma tinha postulado. Oq me chama a atenção no livro tbm são as citações em cada capítulo, que se encaixam perfeitamente no contexto do mesmo, ao longo de toda a série. Sobre os capítulos extras depois da morte do Governador, achei válido todos aqueles fatos posteriores a prisão pq sempre quis ver oq aconteceu na comunidade após aquilo, e tbm pq eles querem falar mais sobre Woodbury. Oq é bom, desde que desenvolvam mais a Lilly na próxima série de livros, que terá uma história interessante, a princípio. Tyreese é meu personagem preferido nas HQ's até hoje, e rever a cena de sua morte depois de uma cena de tortura foi perturbador pra mim. Mais uma fato que exibia a loucura a que o Governador havia se entregado. E pra terminar, claro, as melhores sequências do livro, pra mim: a parte onde Lilly e Austin, ao fugir pra dentro da prisão, encontram o quarto de Sophia, junto com o livro que molda o plano de Austin, a morte de Penny por Lilly, como um jeito de apagar o passado da comunidade e costurar as pontas soltas que o Governador deixou, assim como estourar o aquário de cabeças dele, além de transformar a pista de corrida que havia se transformado em arena em uma horta, colocando um fim na era de terror, sangue e morte que Phillip Blake promoveu em seu reinado tirano em Woodbury. Há esperanças para a nova protagonista. Com certeza há. Se eu tiver esquecendo de falar algo que vc queira, Lilly, é só chamar minha atenção aqui, querida. Como sempre uma ótima resenha e espero tanto o próximo livro da série quanto a sua resenha sobre. Abraços

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    Respostas
    1. Gabe, vc é um anjo... sério. Não sei como vc curte o Negan... porque quando espero que vc seja mais 'agressivo' digamos assim, vc surge totalmente doce e defensor do indefensável...rs Chega a ser inocente de tão fofo! Ok, vamos lá... Você não tirou minha dúvida sobre a morte do Martinez... meu divo dessa série de livros... ele morreu mesmo no livro 3? Não lembro da morte dele... e fiquei bem chocada qd a chataLILLY o descreveu no campo... =\

      Também achei lindo os dois no quarto da Sophia e principalmente aquele insight que Austin teve a cerca de como tirá-los dali. Por falar em Austin, ele sim foi bem construído... nós vimos claramente o desenvolvimento dele. Foi tão legal que chorei com sua morte...

      Mas a Lilly... é claro que ela queria o Governador apenas para que Woodbury se mantivesse de pé, mas diante do que ela fez no segundo livro não se justifica aquela venda extrema em seus olhos... não aceito, não adianta. Ficou tosco e sem sentido... foi muito mal direcionado... enfim... =P

      Matar a Penny também achei interessante toda a cena ao redor disso, mas não por conta da Lilly, pelo Bob que também cresceu absurdamente... Já gostava dele no livro 2 mas agora peguei amor geral...

      Não gostei dos capítulos posteriores à morte do Governador porque foram mais do mesmo... Lilly, lilly e lilly aaaaaaaaaaaff... Não gostaria de vê-la a frente de uma comunidade, não mesmo. Não a quero como protagonista de novas histórias... Ela é tão incoerente que para se tornar um novo Philip é daqui pra ali...
      #chateada

      Enfim... vi que você gostou do livro porque seu comentário tá cheio de amor... Eu não gostei... então, este não foi o melhor texto que já escrevi...rs

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    2. Comparando a HQ com os livros, acho que o Martinez morre ainda no livro 3, mas não é mostrado pq os "narradores" estão em Woodbury. Falando em mortes... A Lilly ter encontrado o Dr. Stevens transformado foi muito triste, pq eu me afeiçoei tanto a ele quanto ao Martinez, e mais ainda o Bob que, concordando com vc, cresceu absurdamente tbm

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