domingo, 18 de novembro de 2012

Resenha: Orgulho & Preconceito - Jane Austen


Na Inglaterra do final do século XVIII, as possibilidades de ascensão social eram limitadas para uma mulher sem dote. Elizabeth Bennet, de vinte anos, uma das cinco filhas de um espirituoso, mas imprudente senhor, no entanto, é um novo tipo de heroína, que não precisará de estereótipos femininos para conquistar o nobre Fitzwilliam Darcy e defender suas posições com perfeita lucidez de uma filósofa liberal da província. Lizzy é uma espécie de Cinderela esclarecida, iluminista, protofeminista. Neste livro, Jane Austen faz também uma crítica à futilidade das mulheres na voz dessa admirável heroína — recompensada, ao final, com uma felicidade que não lhe parecia possível na classe em que nasceu. (Sinopse Skoob)






Oi, Pessoas!!!

Mais uma vez me encontro engasgada, sem saber como começar a minha resenha. É difícil colocar em palavras todo o amor que se sente por um livro. Orgulho e Preconceito é mais um livro de Jane Austen que eu adoro! Não é o meu preferido mas ainda assim é maravilhoso e, é da Jane... o que por si só já imprime uma grande responsabilidade na blogueira que vos escreve... 

Mas, vamos ao que interessa. Adivinha o tema central do livro???? Nossa, como você é astuto!!! Sério... Se pensou "Orgulho e Preconceito", você é mesmo uma pessoa extremamente perspicaz. kkkkk... Congratulations!!!

Na verdade, se trata de primeiras impressões... Aquelas que você tem em determinado momento de um encontro, e que podem ou não ser alteradas com o tempo, mas que, em sua maioria, são regidas pelo que se acha, dificilmente pelo que de fato é.

O Sr e a Sra. Bennet são um casal bem peculiar, que teve a insensatez de ter 5 filhas - Jane, Elizabeth, Mary, Kitty e Lydia - sem ter muitas posses, na vã tentativa de obter "a graça do filho homem". =P 

Continuando... Nem eu to acreditando... Mais de um ano depois (hoje é dia 27 de novembro de 2013), cá estou... tentando, mais uma vez, elaborar a minha opinião sobre o meu amado Orgulho e Preconceito!

Voltando ao amado casal... 

Sr. e Sra Bennet - Eles são, sem sombra de dúvidas, o meu maior amor em O&P. Não tem como ler esse livro e não se encantar ou desencantar pelo casal. Eles são, no mínimo, diferentes.

A Sra. Bennet é completamente louca. Sério, mas não é do nada. É óbvio que já em sua juventude, ela era fútil e sem noção, embora segundo o livro, fosse de grande beleza e tendo por isso, atraído o desavisado Sr. Bennet. O fato é que ela vive no início do século XIX, tem poucas posses e cinco filhas para casar... Qual mãe não enlouqueceria??? Você pode achar bobagem mas, naquela época, um bom casamento era tudo o que uma mulher poderia esperar da vida. 

Além disso, família ainda vivia sob o julgo da ameaça constante, de perder todas as suas posses e ser jogada na mais absoluta miséria, caso o Sr. Bennet viesse a falecer de repente. Como assim? Naquela época, existia uma lei que garantia que todos os bens da família seriam herdados pelo filho homem. Entretanto, se a família não possuísse o tal herdeiro, todas as suas posses seriam destinadas ao parente HOMEM mais próximo... Oi? Esse mundo já foi pior, hein garotas? Creeeeeedo! 

Essa situação tira o sono da Sra Bennet e a leva a cometer todo tipo de indiscrição em prol de "arranjar um bom marido para suas meninas". Por indiscrição entenda ser invasiva, língua solta e matar as filhas de bom senso de vergonha... Porém gera boas risadas em nós leitores...  

O Sr. Bennet é uma delícia! Um verdadeiro inglês. Dono de um incrível senso de humor e oportunidade. Suas falas são maravilhosas. Seu convívio com a senhora Bennet é um deleite de cenas engraçadas, pois ele não a leva a sério de forma alguma. Acredito que ele é aquele tipo de cara, casado com uma mulher louca e altamente falante, que cria uma espécie de filtro auditivo e, simplesmente, não se deixa mais atingir pelo soar da voz da criatura... Sério! Não dá pra entender a calma com a qual ele lida com aquela mulher sem noção... Amo o Sr. Bennet! Mas, seu humor afiado não poupa suas filhas não. Aqui e acolá, ele alfineta as meninas, mencionando sua pouca inteligência e total falta de bom senso. Excetuando nessas situações, as irmãs Jane e Elizabeth. 

As Irmãs Bennet ... Por onde começar... Não quero parecer injusta mas é muito simples falar das garotas. O nível de complexidade delas é zero. Muito fácil distingui-las, muito fácil não gostar das duas mais novas. Vamos lá... 

Jane Bennet é a mais velha. Segundo o livro a mais bonita. Jane é extremamente reservada e pouco falante. Tem em Lizzy sua melhor companheira. Aliás, a amizade das irmãs é um dos pontos mais lindos da trama. Adoro a cumplicidade das duas. Jane, não é de emitir ou contestar opiniões. Sempre espera o melhor das pessoas.

Lydia e Kitty Bennet  são duas idiotas sem noção. Lydia faz a idiotice e Kitty aplaude. São chatas, tagarelas e inconsequentes - do tipo bem medíocres. Personalidade pouco interessantes que se fosse em tempos atuais, seriam consideradas 'piriguetes'. Devo dizer que sempre penso em Lydia como uma versão adolescente de sua própria mãe. Desculpem os termos mas realmente não consigo nem suportar as falas dessas duas personagens.

Mary Bennet é a terceira filha. Gosto de Mary. Ela é meio depressiva e sempre tem um comentário sombrio a cerca de tudo, mas aqui e acolá, sempre ela solta um pensamento pertinente que nos leva a pensar. Vive entre os livros e o piano. 

Elizabeth Bennet é a segunda filha. A mais querida do pai, a menos entendida pela mãe (e aí eu lembro de Caetano Veloso quando diz: ♪ é que Narciso acha feio, o que não é espelho...). Sempre lendo ou conversando com sua irmã Jane, Lizzy não vacila quando é convocada a emitir uma opinião sobre qualquer assunto que seja. Tem uma personalidade forte e se posiciona de forma coesa e inteligente sobre tudo ao seu redor, principalmente sobre a obrigatoriedade de ter um casamento com um homem bem-sucedido seja ele com ou sem amor. Lizzy não aceita essa imposição social. Quem aceitaria não? Bom, pelo visto a maioria... pelo menos naquela época, o que torna Lizzy uma personagem bem à frente do seu tempo. 

Querendo ou não, todas as garotas Bennet participam com frequência, de vários bailes oferecidos pela sociedade local. Afinal, esta era a melhor forma de se conhecer pessoas e, talvez, conseguir o tal marido... hehe

As irmãs Bennet adoram dançar e, em um desses bailes, são apresentadas aos seus mais novos vizinhos - O Sr. Bingley, suas irmãs e seu cunhado , bem como seu melhor amigo, o Sr. Darcy - que vieram de Londres e pretendem permanecer no campo durante todo o verão. 

Desde o primeiro instante, Jane e o Sr. Bingley se aproximam e dançam várias músicas juntos. É nítido um sentimento entre o jovem casal. Infelizmente, o baile parece não ter o mesmo sabor para suas irmãs - a casada e a solteira - nem para o Sr. Darcy que considera as pessoas provincianas e pouco interessantes, chegando até mesmo a ser descortês ao se referir às irmãs Bennet, principalmente a Lizzy. Elizabeth estava próxima e ouviu seu comentário deselegante porém ela não se deixou abater, pelo contrário, assim que teve oportunidade o fez perceber que tinha conhecimento sobre o que ele pensava sobre ela e mostrou pouco se importar com a sua infeliz opinião. 

A partir daí, se desenrola toda a história. Recomendo muitíssimo a leitura porque não há como não se encantar com toda a sutileza com que a nossa Jane Austen desenvolve o destino de todos esses personagens tão bem construídos e distintos. Sempre me impressiono ao pensar que essa mulher, que escreve tão divinamente sobre o convívio social de sua época e cria de forma brilhante mulheres tão a frente de seu tempo, nasceu e viveu durante o fim do século dezoito e início do século dezenove. 

Existem vários momentos de grande discussão filosófica sobre o comportamento da época. Adoro as cenas entre Lizzy e sua melhor amiga Charlotte. Depois de Lizzy, acho Charlotte a personagem mais interessante da história. Ela é tão terrivelmente consciente do que a vida espera da pessoa feminina na época. Suas falas são assustadoramente verdadeiras e nos levam a muitas reflexões. 

Não posso deixar de mencionar a falta de noção do Rei do Sem Noção - Sr. Collins. O que é esse personagem? 

Adoro a forma como o casal vai se descobrindo apaixonado, suas ações, suas não-ações... Se tem uma pessoa no Universo que eu gostaria muito de ter conhecido essa pessoa é a Jane Austen. Ela sempre faz dos seus personagens ávidos leitores, também gosto da forma como ela sempre permite que seus personagens se expliquem por meio de cartas... Eu amo cartas! Seis livros, apenas seis livros publicados e um mundo perfeitamente exposto para nós que não vivemos aquele momento.

Enfim, aproveite e leia... Se jogue de cabeça na delícia que é conhecer Lizzy Bennet e o arrogante, orgulhoso mas incrivelmente PERFEITO Sr. Darcy. Não há como se arrepender. Muitas tramas se desenvolvem paralelamente aos romances centrais. Há de tudo - muitas propostas de casamento, rejeições, fugas, dissimulações, bailes, fofocas, mesquinhez, maldade. Por exemplo, uma personalidade incrivelmente intrigante é o Sr. Wickham - de misterioso sedutor até ... Ops!

Leia e descubra quem são essas pessoas... Garanto satisfação plena ou satisfação plena!      
"Sem dúvida, meu Senhor; e tem a vantagem também de estar em voga entre as menos civilizadas sociedades do mundo. Todo selvagem sabe dançar." - Sr. Darcy pág. 30
"Pois de que serve a vida, senão para sermos enganados pelos vizinhos e depois rirmos deles por nossa vez?" - Sr. Bennet Pág. 283

8 comentários:

  1. Respostas
    1. OI,André!
      To com problemas pra postar no blog... Não sei porquê mas não to conseguindo... Inclusive a postagem sobre o filme SIMPLESMENTE AMOR tá toda incompleta. =(
      Espero que isso se resolva logo!
      =D

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  2. hahahahaha... não me arrependo nunca de ler suas impressões sobre um livro, é sempre emocionante e cheio de comentários instigantes... Você é uma apaixonada por livros que consegue de maneira primorosa compartilhar suas impressões e amor pelos livros de maneira a nos deixar aqui completamente sedentos pela oportunidade de ler o livro, mesmo que já o tenha lido antes e até mais de uma vez, como é o meu caso... Termino de ler sua resenha e já quero correr e reler esse livro que é sim, uma experiência fenomenal!!! ;D
    beijooooo

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    1. Hahahaha... fico imensamente feliz de que tenha gostado... Foi um parto com fórceps mas saiu... rs Obrigada pelo carinho.
      Beeeijo

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  3. Como diriam os ingleses: BRILLIANT! Arretado! Parabéns pelo afinado senso de percepção e sensibilidade em captar as personagens! Deu mais vontade de ler de novo... Rsrsrsrsrsrsrs!

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    1. Hahahahaha... Oi, Lu!!!
      Fiquei tão feliz que vc veio conferir... Obrigada!
      Eu sou uma apaixonada...sei que não é uma resenha nos modelos padrões mas é ditada pelo meu amor por livros... ♥

      Beeeeeeeijo

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  4. ADOREI!!! Deu gargalhada logo no segundo paragrafo, revi meu olhar sobre um dos casais, fiquei com vontade de reler pela milésima vez para me apaixonar por todos e todas novamente e tirar novas impressões. Jane, 200 anos depois continua nos encantando, é uma RAINHA mesmo!

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    1. Que linda!!!! Obrigada amiga linda do meu core ❤🌹😙😙

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